A Diocese de Limeira está localizada na região centro-leste do Estado de São Paulo, correspondendo a uma área de 4.933,5 km2. Seu tecido é formado por 16 cidades, com um contingente populacional que soma mais de 950 mil pessoas. Eclesiasticamente, limita-se com as Arquidioceses de Campinas e de Ribeirão Preto e com as Dioceses de Amparo, Piracicaba, São João da Boa Vista e São Carlos. Ainda no que se refere à sua organização, faz parte do regional Sul 1 da CNBB e é sufragânea da Arquidiocese de Campinas.
Mapa com os limites geográficos da Diocese de Limeira, com base nas fronteiras estabelecidas pelos demais bispados e arcebispados paulistas.
A fundação da Diocese de Limeira remonta à década de 1970, especificamente no ano de 1972, quando um grupo de membros da Cúria e do Conselho de Presbíteros da Arquidiocese de Campinas, solicitou o desmembramento do território arquidiocesano, especificamente da faixa que seguia de Nova Odessa a Descalvado. As justificativas foram o crescimento populacional, a necessidade de dinamização das vigarias regionais e a presença mais atuante do bispo nas diversas comunidades religiosas. Este apelo ia em direção ao que havia sido prescrito no Decreto Christus Dominus, sobre o múnus pastoral dos bispos na Igreja, promulgado pelo Papa Paulo VI em 28 de outubro de 1965, especificamente no capítulo segundo, quando se trata sobre os limites das dioceses. Nele, no parágrafo 22, aponta-se que, para se conseguir a finalidade própria das dioceses, é necessário a conveniente delimitação territorial das dioceses, quer uma distribuição dos clérigos e dos recursos racional e correspondente às exigências do apostolado. Tudo isto reverte em benefício não só dos clérigos e dos fiéis directamente interessados mas também de toda a Igreja católica. Portanto, em matéria de limites das dioceses, o sagrado Concílio dispõe que, na medida em que o bem das almas o exigir, quanto antes se realize com prudência a conveniente revisão, dividindo ou desmembrando ou unindo dioceses, alterando limites ou transferindo para locais mais convenientes as sedes episcopais, ou, por fim, sobretudo quando se tratar de dioceses que compreendem grandes cidades, dando-lhes nova organização interna (CD, 22).
Naquele momento, as cidades que hoje compõem o tecido diocesano de Limeira (com exceção de Engenheiro Coelho, elevada à cidade apenas em 1991) pertenciam a Arquidiocese de Campinas, elevada à categoria de arcebispado no ano de 1958 por meio da bula pontifícia Sacrorum antistitum do Papa Pio XII. Contudo, graças ao crescimento de Campinas e das cidades mais próximas, começou a ser sentida a necessidade de uma subdivisão afim de que a organização episcopal se desse de forma mais organizada e eficaz. Para tanto, resolveu-se criar uma nova diocese a partir das cidades que estavam mais ao norte geográfico da Arquidiocese e que tinham por eixo a rodovia Anhanguera, abrangendo os municípios de Nova Odessa, Americana, Cosmópolis, Artur Nogueira, Conchal, Iracemápolis, Limeira, Cordeirópolis, Araras, Leme, Santa Cruz da Conceição, Pirassununga, Porto Ferreira e Descalvado. Além delas, seriam também incluídas as cidades de Cordeirópolis e Analândia, pertencentes à Diocese de Piracicaba desde o decreto Maiori animarum bono, da Sagrada Congregação Consistorial, de 14 de fevereiro de 1958, e que passou a vigorar a partir de 1º de junho do mesmo ano . As 15 cidades contavam juntas, à época, com 35 paróquias e cerca de 500 mil habitantes. Como sede, escolheu-se a cidade de Limeira, dada a sua importância e posição geográfica.
A partir deste anseio, formou-se uma comissão de padres, presidida pelo Monsenhor Luiz Pessoto, para os encaminhamentos necessários, o que envolvia estudos sociais, econômico, religiosos e estatísticos da região a ser desprendida. Tendo em vista este levantamento, o então arcebispo de Campinas, Dom Antônio Maria Alves de Siqueira (1906-1993), em maio de 1974, comunicou o parecer sobre a criação de uma nova diocese na assembleia dos Bispos do Regional Sul da CNBB, em Itaici, SP, recebendo votos favoráveis. Para a constituição do patrimônio da nova diocese, em 16 de junho de 1975, a Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção de Limeira doou um terreno de sua propriedade, que serviria para a construção do palácio episcopal e da sede da cúria diocesana e da secretaria de pastoral. Com o apoio do bispado e o voto favorável do episcopado paulista, Dom Siqueira reportou-se, então, ao Papa Paulo VI, em 15 de agosto de 1975, solicitando o desmembramento da Arquidiocese, o que foi aceito pelo pontífice.
Assim, com base nos argumentos levantados e no patrimônio já criado, em 29 de abril de 1976, foi promulgada pelo Papa Paulo VI a bula pontifícia De Superna, na qual se criava a Diocese de Limeira com territórios da Arquidiocese de Campinas e da Diocese de Piracicaba. Em 5 maio do mesmo ano, foi anunciado o nome do primeiro bispo a ocupar a nova cátedra de Limeira, o Pe. Tarcísio Ariovaldo Amaral, CSsR (1919-1994). Sua ordenação foi realizada durante a solene instalação da diocese, ocorrida no dia 25 de junho e presidida por Dom Carmine Rocco (1912-1982), então núncio apostólico no Brasil, e na qual participaram diversas autoridades religiosas e civis da região. Sob o lema Sicut que ministrat (Lc 22, 27), Dom Tarcísio governou a Diocese de Limeira de 1976 a 1984, quando foi transferido para a Diocese de Campanha, MG. Seguiu a ele Dom Fernando Legal, SDB (1931-), pelo período de 1985 a 1989, atualmente bispo emérito da Diocese de São Miguel Paulista; Dom Ercílio Turco (1938-), entre 1990 e 2002, atual bispo emérito da Diocese de Osasco; Dom Augusto Zini Filho (1932-2006), de 2003 até sua morte em 2006; e o atual epíscopo, Dom Vilson Dias de Oliveira, DC (1958-), que assumiu a diocese em 2007 nomeado pelo Papa Bento XVI.
Figura 36 – Mapa da Diocese de Limeira com as 16 cidades que a formam e suas fronteiras político-administrativas.